NEPSE e Comitê Chico Mendes promovem debate sobre saúde mental e crise climática em Rio Branco

Mesa temática falou dos impactos na saúde mental em que se encontra em um contexto de extremo climático

Encontro aconteceu na Universidade Federal do Acre. Foto: Brenda Spinosa

A Semana Chico Mendes continua sua programação em Rio Branco e na manhã desta quinta-feira, 18, o Núcleo de Estudos, Extensão, Pesquisa Psicossocial Euclides Fernandes Távora de Psicologia (NEPSE) promoveu a mesa de debate “Saúde Mental e Crise Climática: da Ecoansiedade ao Esperançar Socioambiental”, no Centro de Convenções da Universidade Federal do Acre (Ufac).

A mesa debateu os impactos emocionais da crise climática, como a ecoansiedade, e estratégias de autocuidado externas para os atores socioambientais. João Paulo Fonseca, membro do NEPSE, explicou que a intenção do debate foi ampliar a reflexão sobre os sentimentos negativos gerados pela crise climática e buscar soluções para lidar com esses desafios. 

“O NEPSE sempre teve como foco principal o debate socioambiental. Estamos aqui para trazer à tona os sentimentos negativos que surgem com a crise climática e discutir como lidar com eles. A luta é desgastante e muitas vezes não se fala sobre isso prejudica a gente”, destacou.

NEPSE e Comitê Chico Mendes abordou a relação entre crise climática e saúde mental. Foto: Brenda Spinosa

Ele também ressaltou o trabalho coletivo na organização da mesa. 

“Eu saí com o sentimento de realização, pois estávamos organizando isso há meses. O trabalho foi pensado coletivamente entre todos os membros do NEPSE, que envolve estudantes de vários cursos, e obteve debates muito ricos. O mais importante foi dar voz a todos que quiserem falar”, afirmou.

Desafios vivenciados pelas comunidades

Ana Beatriz Carvalho, 18 anos, estudante de Psicologia da Ufac, compartilhou sua experiência em relação aos efeitos das queimadas na zona rural. 

Monitores separaram os presentes em grupos para discutir os impactos de secas e enchentes no psicológico de cada um. Foto: Brenda Spinosa

“Acho que uma opinião que eu tenho forte em relação às queimadas é sobre a questão de como a gente pensa que elas afetam apenas as pessoas que moram na zona urbana, mas elas afetam também muitas pessoas da zona rural. Eu que vim da zona rural sempre fui acostumada ao espaço natural, ao céu limpo, ao ar puro, e quando as queimadas atingiram a minha região, foi uma sensação de desesperança muito grande”, relatou.

Ana Beatriz também ressaltou como a mesa ajudou a refletir sobre esses sentimentos que surgem no atual contexto. 

“Me ajudou a refletir que, por mais difícil que seja a situação, a gente não deve se apegar apenas a esses sentimentos de desesperança. Existem pessoas que passam por situações semelhantes e, se nos juntarmos, podemos encontrar conforto uns nos outros, refletindo juntos sobre essa situação.”

Participantes refletiram sobre temas como ecoansiedade. Foto: Brenda Spinosa

Reflexões sobre saúde mental e engajamento coletivo

Alberto Siqueira, designer gráfico do Comitê Chico Mendes e integrante do NEPSE, falou sobre a experiência adquirida na organização do evento e os desdobramentos de ações relacionadas à saúde mental nas comunidades. 

“Foi um aprendizado muito grande. Este ano me sinto muito mais preparado e integrado. Essa atividade nos ajudou a refletir e discutir melhor sobre a saúde mental ligada ao clima”, disse.

A Semana Chico Mendes segue com uma programação especial, que conta com o apoio de parceiros como WWF, Fundação Heinrich Böll Stiftung, Estúdio Escarlate, Veja, Hivos, UFAC, Fundação Banco do Brasil e Prefeitura de Xapuri.

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